Sonata Profana

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Eu procurei por tanto tempo
Procurei bem no fundo do seu olhar e de suas palavras
Por entre as fendas do seu sorriso fraco
Por entre auroras mortais e tempestades silenciosas.

Corações quebrados por um amor ambíguo
Sim, eu também procurei por entre os cacos
Mas o desespero demonstrou ser meu amigo
Dando-me vícios e frascos envenenados de dor.

Eu desenhei estrelas na calçada
Eu plantei loucuras e virtudes
Construí uma utopia em sua cama
Eu pintei com o vermelho do teu sangue
O meu jardim de tristeza e insanidade.

Procurei lá no fundo do oceano
Onde o tempo se perde em gritos de agonia
Mas eu também procurei na mais longe das estrelas
Que me deixou em chamas
E deixei o tempo carregar o pó do meu corpo para o infinito.

Procurei no seu quintal
Mas tudo que achei foi ouro e prata de um povo antigo
Procurei também no paraíso
Mas tudo que vi foi Deus
E seus arcanjos com trajes dourados, sorrindo.

Eu achei que estava em seus braços
Lugar mais perfeito nesse mundo não há
Mas suas braços transformaram-se em lâminas
Despedaçando o meu frágil coração.

Mas um dia eu hei de achar
Nem que eu tenha de violar o tumulo dos antigos deuses
Nem que eu tenha de entrar no seu precioso coração
Sim, um dia eu hei de achar
A nota perfeita para finalizar minha Sonata Profana.

By: Lucas