Haecceitas

terça-feira, 29 de abril de 2014

O teu beijo amargo se chama
Vinho, que inscreve rubro no paladar
Sentenças de um livro profano
Promessas nunca pronunciadas
De salvação, e ameaças ocultas
De um sofrer perene.
Mas se, em tua embriaguez,
Decidistes em mim pôr fim
Antes é mister que saibas:
É no teu abandono que
Encontro a mim mesmo
Em tua negação renasço
Em tua negação me afirmo
Eterno parir-se a si mesmo
E na tua apatia me torno
Cognoscível, enquanto criatura
Que sofre, mas delira de prazer.

Lokayata

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Os vivos, de que servem seus
Conselhos? Morrerás, certamente,
Para quê desespero?

Bebe teu vinho!
Espezinha tu'alma
Ignorante dos vícios.

Deixai que a embriaguez,
Acentuada, vingue tua amargura
Endêmica, que te engolfa
No instante do teu nascer.

Assassina teu ser!
É na morte da alma
Que subjaz o prazer.