Thaumiel

segunda-feira, 24 de março de 2014

As múltiplas expressões vazias
Do meu ser me nadificam,
Ser demais é ser coisa nenhuma.
Deixo o conhecimento sagrado
Aos sábios, e o destino
Àqueles letrados nos astros.
Apenas vago à deriva
À procura de vinho, minha redenção.
Morte desse ser-múltiplo,
Amorfo, morte desse ser-não.
E quando teus fios vermelhos
Dançarem à sombra de minha visão
Obrigando meu cerne a ser
Pura atenção, lembra-te que a morte
Desse ser-instante não porá fim
À minha maldição
Nem à negação de mim mesmo,
Agregado de podridão,
Tendo em vista que tudo que é podre
Há de te (re)desenhar em nulidade
E revelar a dor de ser-não
De ser o que ainda não é.
As múltiplas expressões vazias
Do meu ser me nadificam
Ser demais é ser coisa nenhuma
É ser contradição.