Angerona

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A tudo entendes
E os poucos compreendem
Que és uma expressão da alma
Tão ilimitada e intangível

Sem as fronteiras que te prendem
Às margens da sanidade
Às verossimilhanças e mentiras
Só aceitas a verdade

Resposta dada aos juízes
Ao Estado prepotente
Aos virtuosos sofistas
Aos tão sábios eruditos

És a minha solidão
Que é tão bem acompanhada
Por mim e por si mesma
Enquanto danço teu no harmônico ritmo

Grito-te às estrelas
Que me retornam o mesmo grito
Sussurro-te aos comuns
Que me retornam seus agitos

E sempre continuas eloqüente
Nunca ouvi tão bela retórica
Nunca recebi tão sábio conselho
Ainda não compuseram mais doce canção!

Gatinho de Cheshire

sábado, 18 de junho de 2011

Voando por entre bosques vivos
De pura fantasia onírica
Coelhos, loucos, grifos
Das flores se escutam risos
Wonderland cheia de riscos!
E quando vinha o fim do dia
Teu sorriso sem rosto se confundia
Com a Lua majestosa e solitária
Mas que logo de vista desaparecia
Pra qualquer lugar: Espanha, França, Itália
E por horas não mais voltava
Deixando uma doce nostalgia
Do momento em que você
Tão alegremente
Sorria.

By: Lucas

Felicidade Quimérica

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Lá longe, onde os ventos cantam
Odes às estrelas, nuvens, tristeza
Cercados por águias sem muita destreza
Jazem os montes em sua beleza
Em sua altura vê-se, lá de longe,
A felicidade quimérica
E a terra pergunta “Onde?
No céu de estrelas sem brilho?
Labirintos e plantações de milho?
No sorriso da Lua minguante?”
Mas a terra não vê adiante
A felicidade se encontra distante
Longe dos olhos dos gatunos
Com suas táticas de assalto noturno
Longe das mãos dos que clamam por vida
Deixando em suas almas profundas feridas.

By: Lucas

Pecado Alado

domingo, 13 de março de 2011

O amor é o desenho do Diabo
Tatuado na pele de Deus
É Hades oculto nos olhos
De crueldade e insanidade de Zeus.

É o vento gelado que beija minha face
O bafo quente que o Verão traz
É aquela sonolenta folha
Que, durante o Outono, no chão jaz.

O tempo consome a beleza das flores
E faz o perfume do sândalo esvaecer
Putrefaz os corpos dos homens
E os restringem da dádiva do viver.

Eu me escondi em seus braços
Fugindo de um estranho pecado
Que me persegue voando no céu
Um estranho pecado alado.

O brilho fraco do teu sorriso
Refletido nas águas calmas do passado
Que também reflete as asas
Do meu estranho pecado alado.

O amor é o desenho do Diabo
Tatuado na pele de Deus
É Hades oculto nos olhos
De crueldade e insanidade de Zeus.

É o vento gelado que beija minha face
O bafo quente que o Verão traz
É aquela sonolenta folha
Que, durante o Outono, no chão jaz.