Necromante

domingo, 4 de março de 2012

Onde antes habitou uma ferida
Apresenta-se uma fera morta e renascida
Respirando as cinzas do castelo que ardera
Engasgada com os álgidos cacos do sentimento
Que ao longo dos séculos foi seu único alento
Mas agora jaz meio caída, moribunda
Com o necromante a aguardar de soslaio
No sopé de uma torre que foge do céu
Escondendo-se numa depressão profunda
Negra, consumida pelo fogo de outrora
Em contraste sombrio com as cores vivas da aurora
Revelando pecado, vaidade e indolência
Mas a fera sobrevive com veemência
Respirando as cinzas do castelo que ardera
Engasgada com os álgidos cacos do sentimento
Que ao longo dos séculos foi seu único alento
Ao lado das lágrimas que pendiam pelo amor que perdera.