Haecceitas

terça-feira, 29 de abril de 2014

O teu beijo amargo se chama
Vinho, que inscreve rubro no paladar
Sentenças de um livro profano
Promessas nunca pronunciadas
De salvação, e ameaças ocultas
De um sofrer perene.
Mas se, em tua embriaguez,
Decidistes em mim pôr fim
Antes é mister que saibas:
É no teu abandono que
Encontro a mim mesmo
Em tua negação renasço
Em tua negação me afirmo
Eterno parir-se a si mesmo
E na tua apatia me torno
Cognoscível, enquanto criatura
Que sofre, mas delira de prazer.

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