Você Era

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Você era como o vento
Levando embora todas minhas mágoas
Carregando o pólen do amor
Que um dia fecundaria as terras da felicidade.

O sopro incessante e intangível
Que fazia o moinho de minha alma girar brandamente
Sem vacilar, sem parar
Sopro onipotente da vida que me mantinha tão vivo.

E você era como o fogo
Fogo que me purificava
Fogo que, com violência,
Destruía minhas angustias
E às vezes me matava.

Mas o seu fogo devolvia o calor ao meu corpo sem vida
Assim eu revivia
Para morrer de novo, por você
Eu, gelo puro, derretia-me à tua presença
E queimava de paixão.

E você era como a água
Lavando as fendas imperfeitas e impenetráveis
Da minha solidão
Arrastando-me com a força da sua correnteza para a multidão.

Eu mergulhava em você
Eu me banhava em você
Eu me afogava em você
Precisava de ti para viver
Precisava de ti para morrer.

E você era como a terra
Fazendo brotar o amor
Em terras que pareciam inférteis
Nos desertos áridos do meu ser
Nas desoladas montanhas da minha alma.

Você me soterrava
Você entrava em meus olhos
Suas tempestades me rasgavam a pele
Para depois germinar em ti novamente.

E você era como a neve
Congelando meu olhar sob seu corpo
Branca, pálida, gélida
Tão suave, tão macia.

Suavidade que demonstra sua crueldade e força
Com o poder destrutivo de sua avalanche
Que derruba as muralhas mais firmes do meu orgulho.

E você era amor e ódio
Faca de dois gumes
Beijo dado à luz da lua
E a flecha atirada em meu coração.

Apego e desapego
Constancia e inconstância
Sua expressão doce e feroz
Era minha vida...
Minha morte.

By: Lucas

2 comentários:

URUBU GÓTICO disse...

Karaka;;;


Blog maneiro... Gostei dos escritos tambem.
Vai ficar nos meus favoritos

Lucas disse...

É uma honra.

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