Você era como o vento
Levando embora todas minhas mágoas
Carregando o pólen do amor
Que um dia fecundaria as terras da felicidade.
O sopro incessante e intangível
Que fazia o moinho de minha alma girar brandamente
Sem vacilar, sem parar
Sopro onipotente da vida que me mantinha tão vivo.
E você era como o fogo
Fogo que me purificava
Fogo que, com violência,
Destruía minhas angustias
E às vezes me matava.
Mas o seu fogo devolvia o calor ao meu corpo sem vida
Assim eu revivia
Para morrer de novo, por você
Eu, gelo puro, derretia-me à tua presença
E queimava de paixão.
E você era como a água
Lavando as fendas imperfeitas e impenetráveis
Da minha solidão
Arrastando-me com a força da sua correnteza para a multidão.
Eu mergulhava em você
Eu me banhava em você
Eu me afogava em você
Precisava de ti para viver
Precisava de ti para morrer.
E você era como a terra
Fazendo brotar o amor
Em terras que pareciam inférteis
Nos desertos áridos do meu ser
Nas desoladas montanhas da minha alma.
Você me soterrava
Você entrava em meus olhos
Suas tempestades me rasgavam a pele
Para depois germinar em ti novamente.
E você era como a neve
Congelando meu olhar sob seu corpo
Branca, pálida, gélida
Tão suave, tão macia.
Suavidade que demonstra sua crueldade e força
Com o poder destrutivo de sua avalanche
Que derruba as muralhas mais firmes do meu orgulho.
E você era amor e ódio
Faca de dois gumes
Beijo dado à luz da lua
E a flecha atirada em meu coração.
Apego e desapego
Constancia e inconstância
Sua expressão doce e feroz
Era minha vida...
Minha morte.
By: Lucas
Você Era
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Postado por Lucas às 14:39
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2 comentários:
Karaka;;;
Blog maneiro... Gostei dos escritos tambem.
Vai ficar nos meus favoritos
É uma honra.
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